Jogador é um assassino na Itália renascentista no bom 'Assassin's creed II'

| terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Título mostra batalha entre Assassinos e a Ordem dos Templários.
Game recria cidades italianas do século XV com perfeição.

Gustavo Petró
Do G1, em São Paulo

 Foto: Divulgação

Game transforma jogador em um assassina na Itália do século XV. (Foto: Divulgação)

Plataformas: PlayStation 3 e Xbox 360
Produção: Ubisoft
Desenvolvimento: Ubisoft Montreal
Distribuição no Brasil: NC Games
Gênero: Ação
Lançamento: 17 de novembro de 2009 nos EUA

Preço sugerido: R$ 200
Nota: 9,0*


Com a premissa de que o nosso DNA carrega memórias vividas por nossos ancestrais e de que no futuro poderemos acessá-la por meio de um computador, “Assassin’s creed” chegou ao mercado em 2007 mostrando uma eterna guerra fictícia entre Assassinos e Templários. A boa aventura, que se desenrolou no século XII, no entanto, apresentou missões repetitivas e combates tediosos. Isso não impediu o sucesso do jogo. 

Em “Assassin’s creed II”, a Ubisoft tratou de passar um pente fino em um de suas franquias mais valiosas, retirando o que estava ruim, ajustando o que estava capenga e mantendo o que mais agradou aos jogadores: os assassinatos. Com uma história que acontece na Itália renascentista, entre os anos de 1476 e 1503, o jogador encarna novamente o personagem do primeiro game, Desmond Miles que, dentro do mundo virtual criado por meio da genética dos seus antepassados, encarna Ezio Auditore de Firenze, um aspirante a Assassino que se vê envolto em uma grande conspiração armada pelos Templários.

O game de mundo aberto permite explorar cada canto de cidades italianas do século XV como Veneza e Florença. Ezio pode escalar construções e correr em cima dos telhados com destreza, além de ter reflexos rápidos para combates contra guardas. A aventura começa fria, com doses homeopáticas das missões que vão ensinando ao jogador comandos e habilidades, o que pode afastar os mais ansiosos. É preciso saber como combater soldados, como assassinar alvos utilizando uma adaga escondida na manga do personagem e, acima de tudo, não chamar a atenção do povo.
“Assassin’s creed II” começa a ficar interessante depois da quarta ou quinta hora de jogo, quando há missões com mais dificuldade e a possibilidade de se viajar entre as cidades.

Reprodução histórica
Um dos melhores aspectos do jogo é a recriação do ambiente pelo time de desenvolvimento da Ubisoft. Cada cidade apresenta uma vida relativamente ativa, com personagens circulando por vielas, alguns ladrões fugindo, prostitutas, gangues e padres. Os pontos turísticos históricos foram criados nos mínimos detalhes, permitindo que o jogador possa se sentir imerso no mundo virtual e na trama.

 Foto: Reprodução

O game traz cidades reais da Itália reproduzidas com fidelidade. (Foto: Reprodução)

Ao escalar as grandes torres de igrejas, Ezio consegue ampliar o mapa de jogo e permite observar cada detalhe das grandes cidades. Nelas, além dos objetivos principais, existem missões paralelas que aumentam a longevidade do título. É possível procurar por centenas de baús escondidos (a compra de um mapa facilita a localização deles), de apostar corrida contra um cidadão, de vingar esposas traídas por seus maridos, andar de gôndola em Veneza e, claro, aceitar contratos para assassinar políticos e nobres da época – tudo por uma boa quantia em dinheiro.
Nestas cidades, o objetivo é andar sem chamar muita atenção, o que é uma tarefa bastante complicada para um assassino. Para isso, é possível andar em meio a um grupo de pessoas e, assim, se tornar invisível aos guardas, dar uma de cafetão, contratar prostitutas para chamar que levem embora guardas que estão guardando tesouros, pagar para ladrões saquearem soldados e até ter um grupo de “brigões” para ajudar nas batalhas. Se nenhuma das alternativas der certo, o jogador terá que arrancar cartazes que pedem a cabeça de Ezio das paredes da cidade, reduzindo sua “popularidade” ou dar propina para alguns trovadores para que façam o povo esquecer de você.
Como o jogador está em um mundo virtual, os produtores criaram um meio de tornar a exploração dos grandes pontos turísticos mais atrativa. Na história do game, foram escondidos códigos de computador em imagens nesses locais. Desse modo, é necessário escalar as grandes construções para encontrá-las, decifrar um código e abrir um pequeno trecho de vídeo intitulado de “A Verdade”.

Mesmo com o fim das missões principais, o jogador terá muito que fazer no game antes de terminá-lo.

A vida de um assassino
Ao iniciar a aventura como um Assassino na batalha contra os Templários, Ezio terá que eliminar alvos que estão na cidade. Ele terá que procurá-los, caçá-los e depois, eliminá-los sorrateiramente com suas adagas secreta. Elas estão escondidas em mecanismos acoplados em seus pulsos e conseguem matar imediatamente.

 Foto: Divulgação

Os combates são interessantes, mas se tornam repetitivos após muitas horas de jogo. (Foto: Divulgação)

No caso de um confronto iminente contra guardas, Ezio pode fugir, utilizando suas habilidades de escalada inspiradas no parkour, como entrar em combate. Para isso, ele conta com um arsenal de espadas e facas que são compradas nas vendas espalhadas pelas cidades. Cada uma oferece uma qualidade diferente para as lutas: algumas oferecem uma investida mais rápida, mas tiram pouca energia do adversário; outras são pesadas e matam depressa, mas não permitem boa mobilidade do personagem.
Há ainda partes da armadura que podem ser adquiridas com vendedores. Elas mudam o visual do personagem, além de proteger nos combates mais difíceis. Uma novidade interessante é que Leonardo da Vinci em pessoa auxilia Ezio em suas missões. Ele decifra páginas do Codex, uma espécie de carta codificada que permite melhorar a energia e os apetrechos do personagem e apresenta até uma máquina voadora para o combate final em Veneza.
Nem tudo em “Assassin’s creed II” é perfeito. O principal problema do título está na câmera. Frequentemente ela focará no ângulo errado, fazendo com que o personagem caia do alto de uma casa, que ataque o inimigo errado ou que realize um movimento indesejado. Os combates tornam-se repetitivos após algumas horas de partida. Em vez de o jogador atacar, é mais fácil dar contra-ataques que, pressionando o botão no momento certo, eliminam soldados mais facilmente. O visual do título, também, não evoluiu tanto se comparado ao primeiro game e há algumas travadas nas imagens quando aparecem muitos elementos na tela simultaneamente.
Isso, no entanto, não tira o glamour da aventura, que é uma das melhores da atual geração de consoles. Com o passar do tempo, o game vicia e o jogador ficará preso atrás do controle, desejando saber qual será o rumo da trama. Para completar, a Ubisoft lançou dois pacotes de expansão do game, “The battle for Forli” e “Bonfire of vanities” para a compra por meio de download que aumentam a aventura. Quem deseja um jogo instigante e que traz desafio na medida certa, tem em “Assassin’s creed II” um título que vale a pena comprar.

Foto: Divulgação

O foco das missões do game é assassinar membros da Ordem dos Templários. (Foto: Divulgação)

*A análise do G1 utiliza uma escala de 0 a 10 e considera a experiência geral do jogo, com base em fatores como inovação, diversão e valor para o jogador.

0 comentários:

Postar um comentário